sexta-feira, 5 de junho de 2009

Maior parte dos doadores escolhe técnica de transplante de rim em função de um retorno mais rápido ao trabalho


Segundo estudo, boa parte também opta por procedimento menos doloroso no pós-operatório. Artigo foi publicado na edição de dezembro do BJU International.

Para avaliar as razões que levam o potencial doador vivo de rim a preferir a nefrectomia laparoscópica, Alexander B.F. Grant e colegas da Austrália analisaram registros médicos e um banco de dados de transplantes. A pesquisa resultou no artigo "Por que os potenciais
doadores vivos de rim preferem a nefrectomia laparoscópica: um levantamento das atitudes do doador vivo", publicado na edição de dezembro do BJU International.

De acordo com o texto, os autores revisaram dados das "características demográficas, exigências em termos de analgesia, complicações pós-operatórias e duração da estada do doador no hospital". Eles realizaram também uma entrevista telefônica estruturada com todos os doadores vivos.

Após o levantamento inicial dos dados, os pesquisadores descobriram que entre os anos de 1995 e 2004 foram realizadas 38 nefrectomias laparoscópicas (LDN) e 38 nefrectomias abertas (ODN), sendo que, em ambos os casos, a maior parte dos pacientes era mulher (70%). Segundo o artigo, para LDN a média de idade foi de 44,4, já para ODN foi 47,1.

Os registros mostraram que dificuldades técnicas fizeram três LDNs serem convertidas em ODN. De maneira geral, a LDN foi 78 minutos mais longa do que a ODN. Por outro lado, os autores comprovaram que "a exigência média de analgesia e a duração da estada no hospital foi menor para LDN do que para ODN, com 55,4mg de morfina equivalente e 2,3 dias".

Com as entrevistas telefônicas, os autores identificaram que "embora todos os doadores renais estivessem cientes sobre a opção de LDN, um paciente escolheu ODN devido a preocupações com a segurança". Eles perceberam, ainda, que a principal fonte de informação do doador veio da avaliação do doador. Com relação à razão da escolha, o "retorno mais rápido ao trabalho" foi a principal questão apontada (54%), a segunda foi "menos dor no pós-operatório", indicada por 33%. Além disso, eles verificaram que, em geral, "houve um impacto psicossocial mínimo após o transplante renal e a experiência como um todo do doador foi muito positiva (85%)".

Com isto, os autores entendem que a nefrectomia laparoscópica continua sendo "uma técnica segura, menos invasiva, porém eficaz, para aquisição de transplante, com morbidade mínima". E de forma geral, o procedimento é menos doloroso e tem menos complicações cirúrgicas no pós-operatório, além de proporcionar ao doador um retorno mais rápido às atividades normais. Por fim, notam que "o nível de satisfação com o processo de doação como um todo foi muito positivo, com um impacto psicossocial mínimo".

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