sábado, 6 de junho de 2009

Nefropatia da membrana basal fina e glomerulonefrite por IgA podem ser diferenciadas sem biópsia renal?

Pergunta foi ponto de partida de estudo australiano publicado na edição de outubro da Nephrology, no qual foram analisados 248 pacientes com o objetivo de identificar fatores clínicos ou bioquímicos que permitissem uma diferenciação confiável entre as duas condições.

Estudo publicado na edição de outubro da Nephrology concluiu que nefropatia da membrana basal fina (TBMN) e glomerulonefrite por IgA (IgA gn) podem, em geral, ser diferenciadas com base apenas em variáveis clínicas ou patológicas sem necessidade de biópsia renal em pacientes com hematúria microscópica isolada (IMH) e uma história familiar positiva ou de IMH ou de TBMN comprovada através do procedimento.

Entretanto, segundo David K Packham, do departamento de nefrologia do Royal Melbourne Hospital (Austrália) e autor do artigo, TBMN e IgA gn não podem ser diferenciadas com base apenas em variáveis clínicas ou patológicas em outros casos. "Nenhuma variável clínica ou patológica discriminou adequadamente as duas condições uma da outra", afirma.

De acordo com o artigo, a função renal prejudicada e proteinúria pesada foram altamente específicas para IgA gn, mas faltou sensibilidade na diferenciação da TBMN. Já a IMH foi um achado mais comum em pacientes diagnosticados com TBMN, mas, como um discriminador entre TBMN e IgA gn, careceu de suficiente especificidade. "Entretanto, se suposições forem feitas baseadas na diferença em incidência de uma história familiar positiva entre IgA gn e TBMN, então uma especificidade de >99% pode ser alcançada", ressalta Packham.

Ao todo, o estudo analisou, retrospectivamente, 248 pacientes diagnosticados com biópsia renal como tendo ou TBMN ou IgA gn e buscou identificar fatores clínicos ou bioquímicos que permitissem uma diferenciação confiável entre as duas condições a ser feita sem recorrer à biópsia renal. "Como se estima que TBMN ocorra em até 1% da população em geral, é desejável que a diferenciação entre as duas condições seja feita sem recorrer à biópsia renal", explica o autor.

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