terça-feira, 16 de junho de 2009

Falta de desejo sexual


O que é o desejo sexual hipoativo?


O desejo sexual hipoativo é uma diminuição ou ausência de fantasias sexuais e também da vontade de ter relação sexual. O indivíduo, em geral, perde o interesse em ter relação sexual ou pode iniciar uma relutância apenas quando esta é proposta pelo parceiro.

Essa diminuição pode ocorrer em todas as situações e abranger todas as formas de expressão sexual ou ocorrer em determinadas situações com um parceiro em específico ou em uma atividade sexual específica (por ex., na relação sexual, mas não na masturbação).

Quais as causas?

As causas são diversas, vários fatores podem estar presentes: orgânicos (diminuição da testosterona), uso de determinados medicamentos (por ex., anti-hipertensivos, antidepressivos, drogas de abuso), psicológicos (por ex., depressão, estresse acentuado), relacionais e culturais.

Situações traumáticas de abuso sexual, educação muito rígida, falsos mitos sobre a sexualidade, culpa, comportamento sedutor por parte dos pais, conflitos conjugais, gravidez também podem estar implicados em alguns casos.

Quais os sinais do desejo sexual hipoativo?

Um dos primeiros sinais é a diminuição (ou ausência) persistente ou recorrente de fantasias ou desejo de ter relação sexual. Existe pouca iniciativa para a busca de estímulos e pouca frustração quando privado da oportunidade de expressão sexual.

O julgamento dessa diminuição ou ausência é feito pelo profissional de saúde, levando em consideração fatores que afetam o funcionamento sexual, tais como idade e contexto de vida do indivíduo.

Essa diminuição leva a um acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal (no âmbito do casamento, trabalho e vida social).

Qual a incidência entre homens e mulheres?

Segundo estudos populacionais, 15% da população masculina apresenta diminuição do desejo.
Entre as mulheres, os estudos que consideraram todas as etapas da vida reprodutiva feminina revelaram uma alta incidência, em torno de 26%. Essa porcentagem aumenta nas mulheres cirurgicamente menopausadas.
Os homens diagnosticados foram significativamente mais velhos do que as mulheres diagnosticadas com diminuição do desejo.

Quando procurar ajuda especializada?

Toda alteração na expressão da sexualidade deve ser investigada por um profissional especializado, principalmente quando levar a sofrimento e/ou dificuldades na relação afetiva.

Como a parceira ou parceiro podem ajudar?

Para resolver este problema, em primeira instância, é fundamental manter um diálogo franco e aberto com seu companheiro, sem preocupar-se em obter soluções rápidas e milagrosas.

É importante também deixar o estresse e as preocupações de lado ao menos por um período do dia, permitindo momentos de intimidade com o parceiro, sem interferência do meio externo. Outra atitude que costuma ajudar é não determinar dia ou horário para que isso aconteça, mas abrir espaço para esses momentos.

Conversar com seu urologista, ginecologista e/ou psicólogo pode ajudar a identificar se a falta de desejo sexual está associada somente a preocupações externas ou se existe um problema orgânico envolvido. Essa avaliação criteriosa deve promover a informação e a reeducação para a compreensão das possibilidades de tratamento.

Quais as consequências disso para o casal e para a vida sexual do indivíduo?

As consequências podem ser diversas e estão intimamente ligadas à qualidade do relacionamento conjugal no geral, não somente no âmbito sexual. É necessário ressaltar que a importância, a frequência da atividade sexual e o significado atribuído ao sexo variam de casal para casal.

Em alguns casais a diminuição do desejo pode levar a um desgaste da vida afetivo-conjugal, sendo interpretada como rejeição e possível infidelidade, principalmente nos casais em que existem discrepâncias grandes quanto ao interesse sexual.

É importante lembrar que em alguns casos a diminuição do desejo pode ser passageira e estar atribuída a: gravidez, falta de privacidade, filhos pequenos, desemprego, etc.

Qual o tratamento?

Para escolha terapêutica mais eficaz, o diagnóstico deve fundamentar-se no julgamento clínico do profissional especializado, com base nas características do indivíduo, do casal, em determinantes interpessoais, no contexto de vida e no contexto cultural. Preferencialmente essa avaliação deve contemplar ambos os parceiros.

As causas orgânicas podem ser tratadas com terapias medicamentosas paliativas ou definitivas, desde o uso de lubrificantes vaginais durante o coito até o uso de medicamentos vasodilatadores locais, terapias de reposição hormonal e terapia de casal focada na sexualidade e/ou terapia individual.

Caso a diminuição do desejo se deva exclusivamente aos efeitos fisiológicos tanto de doença física quanto do uso de um medicamento, essas causas devem ser consideradas e tratadas pelo profissional de saúde em primeira instância.

Assim, cada caso deverá ser tratado particularmente, devendo ser valorizado o papel do profissional preparado para cada situação, não havendo um tratamento melhor, e sim o mais indicado para determinado problema.

Há prevenção?


Existem algumas estratégias que favorecem uma qualidade da interação afetivo-sexual do casal e consequentemente podem ser preventivas:

- Reservar um tempo para intimidade, com encontros semanais e atividades (por ex., jantares, peças de teatro, etc.) que favoreçam relacionamento mais estreito;

- Buscar atividades corporais que possam ser realizadas conjuntamente: esportes, aulas de dança, yoga, etc.;

- "Separar" afeto de carinho, para que toda atitude de carinho não seja interpretada como um convite que anteceda a relação sexual;

- Promover o aumento do conhecimento sobre o tema através de livros, palestras, vídeos.

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